quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Helena


Hoje, pela manhã, Helena chegou de surpresa na minha casa. Assim, vestida de mulher. Disse que estava enjuada de ser criança.

lá na roça


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

correspondências

era uma vez uma foto que virou poesia.
era outra vez palavras que se transformaram em imagens.
foram assim os nossos últimos encontros.


me dá a volta
o sabor de estar em casa
rodeado de amigos, dela
namorada

me devolve o sabor 
de respirar meu ar
meu calor
me deixa voltar

vai tempo, não brinca comigo
me deixa voltar
acelera o ponteiro
favorece o encontro

é noite de natal
e mesmo sendo judeu
observo a união
os encontros, 
mesmo no aeroporto
é tudo flores
e flores dão risadas de presente

vai tempo
passa e me leva pra lá
me dá o abraco que mereço
desses que estranhos dão

eu quero o meu abraço
os meus abraços
no meu irmão
nos meus amigos
que não vejo há tempos
que não se unem há anos

vai saudade
deixa a solidão
me deixa sorrir
por estar lá


essa vem pra passar.
pra dividir.
o que na cuca não cabe mais.
que no peito não cabe mais.
de tanto doer.

quando tudo, absolutamente tudo,
absurdamente tudo dá medo,
o passado,
o feito,
dá medo,
dá medo ter cruzado a linha.
até o insano, não correto.

nesse instante se vê transviado.
se enxerga amargo.
errado.
(tomara eu, de verdade, que esteja agora apenas cansado)

telefone? não quer anteder.
está com medo.
medo de dizer.
pior: medo do toque.

agora preste atenção, pois aqui se instaura o pânico:
antes se sabia senhor,
doutor da situação.
agora és um não.
arranhão.
inconsequente.

penso, por fim que é o preço pago por
se entregar, 
se jogar, 
se viver.

ah, pensar o passado em termos racionais?
nem pensar.

textos de Ricardo Wolf

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

lá na roça




lá na Santana, roça da minha família em Elói (Mendes)/MG, novembro de 2010.

Tayná,
conta pra mim.
como é o mundo que cê vê daí?

elas, protegidas por São Miguel




visita de Nataly e Tássia durante minha estadia em Londres, julho de 2010

chegaram? bem? amém. São Miguel protegeu, e na paz de Maria, as duas molecas, meninas irmãs, bonecas fizeram crescer o mundo que levam dentro da cabeça. e agora? que estrada? que canção? que coração? ai meu Deus, pede pra Jesus não desgrudar não. pede pra ele olhar bem de pertinho. diz pra ele que é muita doçura, muita bondade. diz pra ele pegar no colo, levar pra dormir, por pra descansar. pra no outro dia, chamar de novo, dar pão, café, e energia pra cantar, dançar e alegrar. tá feito o pedido, a prece, a oração. se o Deus assim quiser, a estrada será longa e os encontros, infinitos.

lá na roça






lá na Santana, roça da minha família em Elói (Mendes)/MG, novembro de 2010.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tayná lá na roça



lá na Santana, roça da minha família em Elói (Mendes)/MG, novembro de 2010.

Suzanne lá na roça



lá na Santana, roça da minha família em Elói (Mendes)/MG, novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ica e o pé de jabuticaba



lá na Santana, roça da minha família em Elói (Mendes)/MG, novembro de 2010

ai


lá na Santana, roça da minha família em Elói (Mendes)/MG, novembro de 2010

ai, meu pai
que tanto sei amar de longe,
e ainda me embaraço pra amar de perto.

lá na roça








lá na Santana, roça da minha família em Elói (Mendes)/MG, novembro de 2010

de dia, sapo é príncipe.
de noite, vagalume é estrela cadente.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

frescobol






na Ilha do Cardoso, fevereiro de 2008
"que as cousas sejam realmente o que parecem ser. e não haja nada que compreender. sim, eis que meus sentidos aprenderam sozinhos: as cousas não tem significação, tem existência. as cousas são o único sentido oculto das cousas."
Fernando Pessoa

domingo, 17 de outubro de 2010

piscina



lá na Santana, roça da minha família em Elói (Mendes)/MG, outubro de 2010
Tayná passa o dia na piscina. eu já não tenho o mesmo fôlego mas ela insiste pela minha companhia. eu sei que mais que dividir a piscina comigo, o que ela quer é a minha atenção, quer me mostrar como já sabe atravessar de uma lado pro outro, mergulhar, nadar peito e não mais cachorrinho, mesmo que continue nadando cachorrinho. assim, eu também passo o dia, revivendo aquele tempo em que eu não só passava mas vivia o tempo com essa mesma alegria.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

velho santuário


Fazenda Martins, em Elói (Mendes), outubro de 2010
nessa casa, moravam meus bisavós. mas já há algum tempo ela foi abandonada e eu nem sequer sabia da sua existência. um sonho me levou à visita. já lá dentro, abri a janela e a luz que entrou me fez enxergar o santuário em que estava pisando. senti que a metade de mim que vem da família do meu pai tá marcada naquelas paredes, naqueles cômodos enormes. eu que queria seguir andando pelo mundo, tive um desejo estranho de querer parar ali e dar continuidade à história desse lugar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

a caixa de filmes antigos

de volta à casa dos meus pais, vivo fuçando nos armários. esses dias, encontrei uma caixa de filmes antigos com os quais tenho fotografado lembranças do meu passado presente. essas imagens retratam um encontro com as mininas daquela adolescência.










no sítio da Bruna, em Elói (Mendes)/MG, outubro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010